Avintes celebrou o 18º aniversário da elevação da freguesia a Vila. A data foi assinalada com uma sessão solene, no passado dia 25, onde o presidente da Junta local, Mário Gomes, salientou que tal não trouxe quaisquer benefícios concretos para a freguesia. A subida da freguesia de Avintes à categoria de Vila em 1988, de nada valeu no que diz respeito a benefícios para a localidade. Esta foi a posição defendida pelopresidente de Junta local, Mário Gomes, durante a sessão solene comemorativa que assinala a data, promovida no passado dia 25, no Salão Nobre da Sede da Autarquia. A referida condição de Vila, embora muito nos orgulhe, acaba por resumir-se a um mero título honorífico que não traduz em quaisquer benefícios concretos em termos de bemestar e progresso da nossa população. Aliás, esta situação limita-se a reproduzir em novos moldes, os modelos que sempre vigoraram no passado, defendeu Mário Gomes na intervenção que proferiu na cerimónia. Para o autarca, as restrições orçamentais que têm sido impostas às freguesias, sendo que Avintes não é excepção, nos últimos quatro anos tornamse cada vez mais incomportáveis, uma vez que, para além de não terem recebido qualquer aumento em termos de transferências de duodécimos, têm assistido nos últimos três anos a aumentos substanciais nas contas da água, luz, telefone, combustíveis, seguros, vencimentos do pessoal, acrescentando ainda um encargo de mais de três por cento sobre os descontos para a Caixa Geral de Aposentações. Mário Gomes acredita que só por aqui se pode verificar as grandes dificuldades com que uma Junta de Freguesia possa desempenhar em pleno o exercício claro de cidadania, de cumprir com lealdade o que se prometeu com os seus cidadãos. O socialista salientou por isso os conhecimentos e contactos pessoais, e ainda as redes políticas e partidárias em que se movimentam os presidentes de junta como um modo de individualização de acção política para fazer prevalecer as suas posições junto das Câmaras Municipais, no que diz respeito à capacidade de negociação de recursos para as freguesias. As relações entre o poder Local e o poder Camarário ultrapassam, claramente, o quadro jurídico-formal em que se inscrevem, acabando por se enquadrar nos sistemas de práticas informais baseadas nas boas relações de ordem pessoal e política, na qual o autarca assume um fundamental papel de mediação, asseverou. Defensor da descentralizaçãode competências, Mário Gomes acredita que é necessário dotar os órgãos de competências das freguesias em novos sectores, permitindo dessa forma uma maior autonomia financeira. Importa assim testar e experimentar na prática o exercício de novas competências, que no fundo é o princípio basilar defendido para o processo da descentralização administrativa, e também uma das fórmulas encontradas para as freguesias se poderem desenvolver, concluiu. No que diz respeito a Avintes, Mário Gomes salienta que, apesar das contenções orçamentais, o executivo está cada vez mais envolvido e mais próximo da população para se inteirar dos problemas existentes. O autarca defende não se trata apenas de passar só o trabalho para o Poder Local, mas também que o mesmo seja acompanhado dos respectivos meios financeiros para assim a freguesia dar cumprimento aos seus projectos e aos anseios da população que nos elegeu. Tal deverá culminar numa simbiose de entendimento entre os dois poderes e que deve ser reposta.
In Audiência Por Sérgio Almeida