Caros amigos do Avintes Blog,
na sequência da sua participação no debate “Avintes de fora para dentro”, o Filipe José Carvalho criou um Grupo de Debate na rede social Facebook, para debater assuntos de Avintes, grupo que designou “De Abientes a Avintes”.
Este grupo apesar de recente, tem já muitos aderentes e tem tido muito debate, o que é salutar e mostra que os Avintenses participam.
Estes debates “cibernéticos” também são importantes e apelo a que todos participem, no entanto, não querendo ser desmancha prazeres, nem fazer criticas destrutivas, mas procurando ser tanto quanto possível realista e objectivo, gostaria na sequência do que se tem escrito no facebook, de deixar algumas reflexões a todos os amigos desse grupo e a todos os amigos do Avintes Blog.
Nós portugueses em geral (os Avintenses igualmente) queixámo-nos que os “políticos” só gastam dinheiro onde não devem, não resolvem os problemas, etc, etc.
Acontece que os pomposamente chamados “políticos”, não são mais do que cidadãos como outros quaisquer que se dispõem a servir nos vários níveis da administração do Estado os seus concidadãos e por outro lado como já foi dito, a politica não é mais do que “a arte do possível”.
Posto esta introdução, perguntarão onde quererei eu chegar?
Muitas das propostas e ideias avançadas no grupo “De Abientes a Avintes”, são em si mesmas muito boas (exemplos: aproveitamento turístico de Avintes, reconstrução de moinhos, construção de monumentos à Mulher de Avintes, ao Teatro, embelezamento de rotundas rodoviárias, só para citar as que de momento me recordo), mas são igualmente investimentos caros, que se forem feitos pelo “Estado” seja Junta, Câmara ou Governo (como me parece depreender do que tem sido escrito), sai obrigatoriamente dos nossos bolsos (impostos).
Será que neste momento, é isto o mais importante para ser feito em Avintes?
Serão estas a principais prioridades que temos em Avintes, para aplicar o pouco investimento público que ainda temos?
Será que é isto que os Avintenses devem “exigir” aos nossos “políticos”?
Desculpem a minha sinceridade, mas acho que não!
Seguramente eu gostava de viver numa terra muito bonita, com turistas Alemães e Ingleses a pernoitarem nos moinhos, a visitarem os nossos monumentos, jardins com flores e relva verdinha, rotundas com obras de arte, mas tudo isto custa muito dinheiro na construção e ainda mais na sua manutenção.
E pergunto, será economicamente rentável? Eu acho que se fosse não faltavam investidores a dizerem lá está o Estado a meter-se onde não deve! Deixem os negócios para a iniciativa privada!
Por isso, na minha opinião há muitas mais coisas a faltar em Avintes, e devem ser nestas coisas mais necessárias, e que ainda temos falta, que se deve aplicar primeiramente o investimento público.
Alguns investimentos, que para mim são mais prioritários e a fazem mais falta em Avintes:
Pavilhão Gimnodesportivo, Piscina pública, requalificação da maior parte das nossas ruas e construção sempre que possível de passeios para peões, construção de um lar para a terceira idade e creche para as crianças, aumento da oferta de apoio domiciliário a idosos e acamados, manutenção de uma biblioteca pública com equipamento multimédia e actividades para os tempos livres dos jovens, requalificação da frente de rio com uma zona de lazer no Areinho, redução de taxas e criação de alguns incentivos a quem recuperar e habitar casas na zona “antiga” de Avintes, apoio na divulgação e promoção da broa de Avintes e outras “artes” locais (teatro, artesanato, etc), apoio às colectividades que desenvolvam actividades de cultura e desporto, apoio na fixação de novas empresas na zona industrial, etc.
É evidente que não se pode pedir tudo isto para um só dia ou num só mandato, nem que esteja ao alcance da Junta resolver tudo isto.
Apenas quis deixar esta reflexão para que pensem se serão apenas os “políticos” os culpados de tudo, ou se não seremos também todos nós, que às vezes sonhamos alto de mais e não pensamos em todas as consequências dos nossos sonhos!
Mas continuemos a sonhar (eu também sonho), porque “enquanto o homem sonha/ o mundo pula e avança/ como bola colorida/ entre as mãos de uma criança”.