Como avintense estou orgulhoso por a nossa terra continuar "independente" enquanto freguesia, mas não posso deixar também de confessar que sinto igualmente uma grande solidariedade e tristeza por todos aqueles gaienses, e em especial alguns amigos, que viram as suas freguesias serem agregadas a outras.
Agora já posso dizê-lo, antes não o fiz assim publicamente, pois poderia prejudicar a posição da nossa freguesia nas conversações que estavam a decorrer ao mais "alto nível", que ao contrário do que alguns pensam e dizem por aí, não foram nada fáceis, houve muitos avanços e recuos, com freguesias que pensavam ficar “salvas”, no final a ficarem agregadas e vice-versa.
Embora a palavra oficial não seja agregação, mas sim união e todas os nomes das freguesias continuem (exemplo Olival e Crestuma passam a União das Freguesias Olival e Crestuma), na verdade a perca do Presidente de Junta, do Executivo e da Assembleia de Freguesia próprias, vai naturalmente no futuro fazer com que essas freguesias possam também perder a sua identidade e a sua cultura próprias.
Estou igualmente satisfeito que tenha sido possível um acordo entre o PS (Eduardo Vítor Rodrigues) e o PSD (Luís Filipe Menezes) em Gaia, provando que quando há seriedade é possível chegar na politica a consensos alargados, pois só este acordo tornou efetivamente possível que Avintes não fosse também agregada, já que se não houvesse acordo (quase seguramente) ficaria agregada com Vilar de Andorinho, conforme o mapa provisório de 11 freguesias, já elaborado pela Unidade Técnica da Assembleia da República, e até ontem de conhecimento mais ou menos restrito, mas publicamente reconhecido pelo Vice-Presidente da Câmara de Gaia, na Assembleia Municipal de ontem.
Esta lei nº 22/2012 tal e qual foi elaborada pelo Governo é um erro muito grande, que não sei se alguma vez será possível corrigir.
A reforma deveria ter sido completa, começando pelo Estado Central, as Regiões (sempre adiadas), os municipios e as freguesias.
Esta reforma não passa de uma reforma administrativa que se ficou pela base, centrada apenas em critérios economicistas, e que no final quase nada ou mesmo nada vai poupar, mas enfim, sinais dos "tempos negros" que estamos a passar enquanto país e enquanto povo.
Mas importa agora centramo-nos na nossa terra, uma terra onde gostamos de viver, tornando-a efetivamente uma terra de futuro, uma Avintes para o século XXI.
Está por isso na hora de os Avintenses acreditarem de que se conseguimos ontem manter a nossa “independência” administrativa enquanto freguesia, também teremos de ser capazes de vencer as dificuldades do presente e criarmos as condições para o progresso e o desenvolvimento, presente e futuro.
Não será fácil, mas vamos a isso, que "dos fracos não reza a história"!
Gaia Séc XIX e XX Gaia Séc. XXI