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NOTÍCIAS DE AVINTES
Avintes do século XXI continua a ser a terra do (melhor) teatro!
O Grupo Mérito Dramático Avintense venceu o Concurso Nacional de Teatro - CONTE 2013, provando mais uma vez, se é que alguém ainda tem dúvidas, de que em Avintes continua a fazer-se bom teatro.
Teatro feito por “amadores”, mas com uma dedicação e um profissionalismo, pelo menos igual, a muitos que fazem do teatro a sua profissão.
É por isso natural que, tal como nos anos 60 do século passado, quando foi designada de “Capital do Teatro Amador”, os “grupos” de Avintes continuem a ganhar prémios nacionais e internacionais, pelas suas produções.
E este ano de 2013, começou assim, da melhor forma, com o Grupo Mérito a vencer com a peça “Joana, a Donzela”, o referido concurso, numa organização da Federação Portuguesa de Teatro.
Foi uma vitória (que repete a vitória em 2010) em quase toda a linha, pois para além de vencer o prémio principal, prémio “Ruy de Carvalho” para a Melhor Produção, venceu ainda na Melhor Iluminação, Melhor Guarda-roupa, Melhor Cenografia e Melhor Encenação (para o encenador Ramos Costa), falhando por pouco, os prémios para Melhor Ator e para Melhor Atriz, onde apesar de não ganhar a jovem Andreia Rocha foi uma das nomeadas.
Estes prémios são sem dúvida merecidos e mostram que a aposta que a direção do Grupo Mérito e o seu presidente Salomão Vieira, fizeram há meia-dúzia de anos atrás, não só com a contratação do prestigiado encenador Manuel Ramos Costa (que já tinha feito anteriormente um extraordinário trabalho nos Plebeus), mas também com a aposta em jovens atores, atrizes, técnicos de luz, som e cenografia, está a ser bem sucedida e vai no caminho certo.
Parabéns por isso a todos quantos se dedicam desta forma ao teatro no Grupo Mérito.
Todo este trabalho do Mérito, ao qual se deve juntar igualmente o trabalho que é feito nos Plebeus (que aliás em 2011 venceram outro prestigiado festival internacional de teatro, o CALE-se), e que este ano apresentam também uma magnífica produção com a peça “A Noite” de José Saramago, e até, os espetáculos dos palhaços da Ilha Mágica, ou as novas experiências de jovens avintenses, já com formação universitária, como por exemplo, o Pedro Miguel Dias, têm de merecer mais atenção por parte da Câmara de Gaia e da Junta de Avintes, e concretamente o Sr. Vereador da Cultura da Câmara de Gaia tinha obrigação de olhar para estas coletividades de Avintes, de forma a incluí-las numa verdadeira programação cultural do concelho e promovendo-as para o exterior.
Infelizmente o Vereador Mário Dorminsky parece esquecer-se de que é Vereador em Vila Nova de Gaia e promove mais atividades e instituições externas ao concelho e ignora sistematicamente o de que melhor se faz por estes lados.
Também é necessário que em Avintes se resolva de uma vez por todas, a conclusão das obras no Teatro Almeida e Sousa, que tem de voltar a ser a principal sala de espetáculos de Avintes.
Esta sala, que chegou a ser no passado, um dos melhores teatros da região, e que por vicissitudes vários está há vários anos fechado e com as obras de requalificação por concluir, vem servindo apenas, lamentavelmente, como local de distribuição de cabazes de alimentos a famílias carenciadas.
Sendo propriedade do Pároco de Avintes, mas tendo sido já assinado um protocolo de cedência, com o Presidente da Câmara, Dr. Filipe Menezes, mesmo em vésperas das eleições autárquicas de 2009, é imperioso que o Dr. Filipe Menezes, o Dr. Nuno Oliveira (na altura candidato à Junta de Avintes) e o Sr. Vieira dos Santos que agora o substitui no cargo de Presidente da Junta de Avintes, cumpram com o que prometeram aos avintenses, ou seja, com ou sem dinheiro do QREN, as obras do teatro Almeida e Sousa seriam concluídas. Foi isto que foi afirmado publicamente em 2009.
Toda esta dedicação à cultura, toda esta qualidade, toda esta quantidade de produção teatral, mas também musical, através da Orquestra Ligeira e Banda Musical da ACMA, e outras atividades culturais e recreativas que se realizam regularmente em Avintes, exigem um Almeida e Sousa com as “portas abertas” e a funcionar em pleno.
Avintes, a capital do teatro feito por amadores, do século XXI, assim o exige.
Cipriano Castro Março de 2013